A filosofia antiga abordava a questão da razão como ferramenta segundo a
qual se buscava o conhecimento e explicação da origem do homem. A filosofia
medieval conceituava que o objeto (Deus) como o centro de toda a explicação
“divina” e também desatacava que o uso da razão pura levaria o homem a erro.
Assim, o homem deveria seguir os ideais de Jesus para conseguir sua “salvação”.
Também acreditavam que era por meio da “divina providência” que o mundo era
guiado. Quanto à questão do corpo e da alma acreditavam que o primeiro era
finito e que o segundo eterno. O centro da razão seria a revelação divina e,
sendo assim, fé e razão andam/caminham juntas já que uma dependia da outra para
a sobrevivência e para a explicação da origem do homem.
No momento de mudanças no mundo, rompimento com o modelo feudal, o
pensamento filosófico também se modifica: o ato de duvidar/questionar ganha
espaço, porque o sujeito passa a ser o centro de toda duvida. Desta forma, em
oposição ao pensamento filosófico antigo e medieval, “nasce” a filosofia
moderna. Outros fatores que contribuíram para a modernidade foram: o humanismo
renascentista, o qual rompe com a idéia teocêntrica e com a filosofia cristã e
coloca o homem no centro, onde ele passa a ser senhor de si mesmo – destino e atos
políticos, artísticos e tecnológicos; a reforma protestante, que vem como
crítica a Igreja Católica e coloca que o homem é capaz de conhecer toda a
verdade religiosa, independentemente de interpretações de padre ou doutrinas,
desde que tenha fé; e a revolução cientifica do século XVIII, que apresentou
uma nova visão do mundo: antes se acreditava que o mundo era geocêntrico (a
Terra como centro do cosmo), mas a partir da tese de Nicolau Copérnico tem-se
que a visão heliocêntrica (que a Terra girando em torno do Sol). Assim a visão
experimental passa a ser valorizada.
Esta visão ampliou os horizontes da visão do ser, que passa a ser visto
como o ponto de partida do conhecimento. Este pensamento é reforçado por René
Descartes em sua frase mais célere “penso, logo existo”, que justifica toda
esta nova visão do homem. Seguindo este mesmo pensamento, Bacon dizia que o
ídolo “bloqueia a mente humana”.
Portanto, na filosofia antiga e medieval primeiro estudava-se a natureza
e Deus para depois estudar o ser e os seus questionamentos, já na filosofia
moderna o homem é visto como um ser racional e como o centro de toda a questão
filosófica.
Referências:
FERRATER-MORA,
José. Dicionário de filosofia. Edições Loyola, 2001.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.
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