sábado, 27 de abril de 2013

A Construção do Homem: sua evolução da era medieval para a modernidade



A filosofia antiga abordava a questão da razão como ferramenta segundo a qual se buscava o conhecimento e explicação da origem do homem. A filosofia medieval conceituava que o objeto (Deus) como o centro de toda a explicação “divina” e também desatacava que o uso da razão pura levaria o homem a erro. Assim, o homem deveria seguir os ideais de Jesus para conseguir sua “salvação”. Também acreditavam que era por meio da “divina providência” que o mundo era guiado. Quanto à questão do corpo e da alma acreditavam que o primeiro era finito e que o segundo eterno. O centro da razão seria a revelação divina e, sendo assim, fé e razão andam/caminham juntas já que uma dependia da outra para a sobrevivência e para a explicação da origem do homem.
No momento de mudanças no mundo, rompimento com o modelo feudal, o pensamento filosófico também se modifica: o ato de duvidar/questionar ganha espaço, porque o sujeito passa a ser o centro de toda duvida. Desta forma, em oposição ao pensamento filosófico antigo e medieval, “nasce” a filosofia moderna. Outros fatores que contribuíram para a modernidade foram: o humanismo renascentista, o qual rompe com a idéia teocêntrica e com a filosofia cristã e coloca o homem no centro, onde ele passa a ser senhor de si mesmo – destino e atos políticos, artísticos e tecnológicos; a reforma protestante, que vem como crítica a Igreja Católica e coloca que o homem é capaz de conhecer toda a verdade religiosa, independentemente de interpretações de padre ou doutrinas, desde que tenha fé; e a revolução cientifica do século XVIII, que apresentou uma nova visão do mundo: antes se acreditava que o mundo era geocêntrico (a Terra como centro do cosmo), mas a partir da tese de Nicolau Copérnico tem-se que a visão heliocêntrica (que a Terra girando em torno do Sol). Assim a visão experimental passa a ser valorizada.
Esta visão ampliou os horizontes da visão do ser, que passa a ser visto como o ponto de partida do conhecimento. Este pensamento é reforçado por René Descartes em sua frase mais célere “penso, logo existo”, que justifica toda esta nova visão do homem. Seguindo este mesmo pensamento, Bacon dizia que o ídolo “bloqueia a mente humana”.
Portanto, na filosofia antiga e medieval primeiro estudava-se a natureza e Deus para depois estudar o ser e os seus questionamentos, já na filosofia moderna o homem é visto como um ser racional e como o centro de toda a questão filosófica.

Referências:
FERRATER-MORA, José. Dicionário de filosofia. Edições Loyola, 2001.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2000.

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